Guia de Doenças

Doença Renal Crônica

Rede Mater DeiTudo pra você ficar bem!

A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesão renal com perda progressiva e irreversível da função dos rins e pode acontecer de forma rápida ou lenta. A DRC é estratificada em fases: perda de reserva renal, doença renal crônica, insuficiência renal e uremia. Nas duas últimas, o impacto clínico evidente. Em sua fase mais avançada (chamada de fase terminal da insuficiência renal crônica), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente.

Segundo o nefrologista da Rede Mater Dei de Saúde, Marcus Lasmar, recentemente foram definidos critérios para a avaliação e estratificação da doença renal, baseados na taxa de filtração glomerular, definindo a DRC em cinco estádios. Nos estágios mais precoces (um a três), o organismo consegue adaptar-se a poucas manifestações clínicas da doença. A partir daí, o desequilíbrio da homeostase interna acarreta, progressivamente, em um impacto clínico, resultando em retenção de líquidos e resíduos no organismo. “Essa doença afeta a maioria dos sistemas e funções do corpo, inclusive a produção de glóbulos vermelhos, o controle da pressão arterial e a quantidade de vitamina D no nosso organismo”, explica o médico.

Pacientes idosos apresentam alta prevalência de DRC. Isso ocorre pois o processo de envelhecimento se associa às alterações estruturais e fisiológicas renais que impactam o funcionamento dos rins. “Esses pacientes são, particularmente, susceptíveis à diminuição funcional renal devido ao declínio fisiológico da Filtração Glomerular (FG) relacionado à idade, mas também decorrente do comprometimento renal em doenças prevalentes nesta faixa etária, tais como diabetes mellitus e hipertensão arterial, além das doenças primárias renais como as glomerulonefrites e as nefrites túbulos-intersticiais”, ressalta o médico.

Um dos problemas das doenças renais é que geralmente não apresentam sinais ou sintomas aparentes. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, cerca de uma em cada dez pessoas têm algum tipo de comprometimento no sistema renal e, atualmente, cerca de 120 mil pessoas passam pelo tratamento de diálise. Cerca de 70% dos pacientes que iniciam a diálise só descobriram a DRC quando já estavam com a função renal comprometida. “Esses achados evidenciam a importância de alertar e estimular os outros profissionais de saúde principalmente os cardiologistas, os endocrinologistas, os clínicos gerais (incluindo os médicos de família) e os urologistas, que em regra, manejam pacientes dentro do grupo de risco para DRC”, explica. 

Sintomas, prevenção e tratamento

Muitos são os sinais e sintomas que aparecem quando a pessoa começa a ter problemas renais. Alguns são mais frequentes, embora não sejam necessariamente consequências de problemas renais:

  • Alteração na cor da urina. Ela se torna parecida com Coca-Cola ou sanguinolenta
  • Dor ou ardor quando estiver urinando
  • Urinar mais de uma vez à noite 
  • Inchaço dos tornozelos ou ao redor dos olhos
  • Dor lombar
  • Pressão sanguínea elevada
  • Anemia (palidez anormal)
  • Fraqueza e desânimo constante
  • Náuseas e vômitos frequentes pela manhã
  • Emagrecimento e perda do apetite
  • Dor abdominal.

A prevenção da DRC está apoiada em três pilares: identificação de indivíduos com risco para desenvolver a doença, diagnóstico precoce da DRC, encaminhamento imediato para avaliação e, quando necessário, acompanhamento nefrológico.

De acordo com Dr. Marcus, o tratamento da doença renal crônica deverá ser realizado de acordo com o déficit de função renal apresentado pelo paciente. “A prevenção secundária da DRC inclui diminuir ou interromper a progressão da doença, diagnosticar e tratar as suas complicações e outras doenças que possam surgir decorrentes da primeira e preparar o paciente para a terapia renal substitutiva por meio  da diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) ou transplante renal. É importante, ainda, que os pacientes deem continuidade ao tratamento” afirma. Portadores da DRC são mais susceptíveis às doenças cardiovasculares por apresentarem fatores risco tradicionais – tabagismo, diabetes mellitus, dislipidemia e hipertensão arterial e os chamados fatores de risco não tradicionais, aqueles decorrentes da DRC – anemia, estresse oxidativo, microalbuminúria e hiperpartiriodismo, por esse motivo, é necessário que tenham cuidado constante com saúde e façam acompanhamentos médicos.

A DRC é cada vez mais reconhecida como um grande problema de saúde. A instituição do Dia Mundial do Rim tem como objetivo disseminar a mensagem entre os profissionais de saúde, gerentes de saúde, pacientes e seus familiares de que a DRC é comum, passível de prevenção e de tratamento.

Mitos e verdades sobre a Hemodiálise

A hemodiálise é somente para pacientes que já estão em fase terminal? 

A hemodiálise é uma das formas de terapia de substituição renal para pacientes com DRC avançada estádio V (terminal) assim com a diálise peritoneal e o transplante renal. Existem situações como a insuficiência renal aguda na qual o paciente apresenta uma redução abrupta da função renal que se mantém por períodos variáveis na qual às vezes se faz necessário o tratamento com a hemodiálise. A principal causa de insuficiência renal aguda são infecções graves.

O paciente corre riscos durante o tratamento?

A hemodiálise tem seus riscos como qualquer tipo de tratamento e apresenta complicações que devem ser evitadas como: hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição, hepatite, aumento do peso por excesso de água ingerida e complicações das doenças que o paciente é portador. Por isso, os médicos controlam e tratam os problemas clínicos (edema, pressão alta, tosse, falta de ar, anemia) em cada sessão de hemodiálise. Uma vez por mês solicitam exames de sangue para ver como estão as taxas de ureia, fósforo e ácido úrico e observam o estado dos ossos para evitar a descalcificação. Orientam a dieta controlando as calorias, o sal e as proteínas. O equipamento e material utilizados nas sessões de hemodiálise são dotados de recursos de monitorização e alarme que acompanham as reações dos pacientes. Além disso, o tratamento é controlado de perto por equipe treinada e capacitada para garantir o bom andamento do processo.

A hemodiálise causa dor no paciente?

A hemodiálise é um tratamento totalmente indolor, entretanto como em qualquer tratamento podem ocorrer reações indesejadas que variam conforme o estado geral dos pacientes. Aqueles que seguem as orientações nutricionais e assistenciais corretamente podem sair da sala de tratamento diretamente para realizar as suas tarefas diárias.

RESPONSÁVEL:
Marcus Lasmar
Nefrologista
CRM-MG: 35726 

Comentários (0)

Não há nenhum comentário a ser exibido

Tópicos Relacionados