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Lúpus 

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Nos últimos meses, o Lúpus esteve na mídia, mas poucas pessoas sabem sobre o assunto. A dermatologista do Hospital Mater Dei, Carla Viotti, respondeu a algumas perguntas para ajudar a esclarecer acerca do tema.

O que é o Lúpus?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar virtualmente qualquer órgão ou tecido do corpo, mais frequentemente a pele, as articulações, os rins, pulmões e o sistema nervoso.

Como a doença se manifesta?

O paciente típico apresenta inflamação em articulações pequenas, manchas na pele (geralmente avermelhadas), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo, “V” do decote e braços), febre, cansaço. Mas a doença pode variar sua apresentação, tornando o diagnóstico, às vezes, difícil. Por ser uma doença do sistema imunológico, podem aparecer diferentes tipos sintomas em vários locais do corpo. Alguns sintomas são gerais, como febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão, como dor nas juntas, manchas na pele, hipertensão, problemas nos rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio).

Quais são os tipos de lúpus?

Existem dois tipos principais: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

A doença é mais comum em alguma época ou circunstância da vida?

O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais frequente em pessoas mestiças e nos afrodescendentes.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais sintomas da doença. Ao mesmo tempo, algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, sendo utilizados para a definição do diagnóstico. Embora não exista um exame que seja exclusivo do lúpus, a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de lúpus, auxilia no diagnóstico.

Como a doença se manifesta em suas diferentes fases?

Os sintomas do lúpus são diversos e tipicamente variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. Esses sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto, e podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial.

A doença tem cura?

O lúpus é uma doença crônica que passa por períodos de atividade e períodos de remissão. Nas fases de remissão, a pessoa pode ficar totalmente bem, sem qualquer sintoma, mas isso não significa que o distúrbio imunológico que causou o lúpus foi corrigido definitivamente. Logo, consideramos o lúpus como uma doença crônica, que pode ficar sem sintomas, mas que sempre vai necessitar um acompanhamento médico contínuo.

Como é o tratamento?

O tratamento da pessoa com lúpus depende do tipo de manifestação apresentada e deve, portanto, ser individualizado. Dessa forma, a pessoa com lúpus pode necessitar de um, dois ou mais medicamentos na fase ativa da doença e poucos ou nenhum medicamento nas fases de remissão. Os medicamentos mais utilizados são corticoides, antimaláricos e imunossupressores. É necessário enfatizar a importância do uso dos fotoprotetores que devem ser aplicados diariamente em todas as áreas expostas à claridade. O produto deve ser reaplicado, ao longo do dia, para assegurar o efeito fotoprotetor.

Que ações são importantes para o doente manter a qualidade de vida e a doença sob controle?

É importante ter cuidado especiais com a saúde, como atenção com a alimentação, repouso adequado, evitar condições que provoquem estresse, ter atenção rigorosa com as medidas de higiene e manter atividades físicas regularmente. Também deve-se evitar alimentos ricos em gorduras e o álcool; evitar (ou suspender se estiver em uso) os anticoncepcionais com estrogênio e o cigarro (tabagismo). Também é fundamental adotar medidas de proteção contra a irradiação solar, evitando ao máximo expor-se à claridade, além de evitar a luz do sol diretamente na pele e uso regular de fotoprotetor.

Qual a incidência de portadores de lúpus no Brasil? A ciência sinaliza avanços no tratamento da doença?

No Brasil, não dispomos de números exatos, mas as estimativas indicam que existem cerca de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. Existem vários novos medicamentos que ajudam no controle da doença.

RESPONSÁVEL:
Carla Vilela Viotti

Dermatologia
CRM-MG 40603

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