Rede Mater Dei e Johnson & Johnson MedTech iniciam Linha de Cuidado com uso de IA para detectar arritmia cardíaca em pacientes
Iniciativa começa nas unidades Mater Dei Santo Agostinho e Mater Dei Contorno, em BH
A Rede Mater Dei e a Johnson & Johnson MedTech estão implantando uma Linha de Cuidado digitalizada que utiliza Inteligência Artificial para identificar precocemente e tratar pacientes com fibrilação atrial (FA), a arritmia cardíaca mais comum que afeta cerca de 2,5% da população brasileira, ou aproximadamente 5 milhões de pessoas. A iniciativa busca aprimorar a jornada do paciente com FA dentro da instituição de saúde, oferecendo um cuidado integrado, contínuo e personalizado, desde o diagnóstico até dois anos após o tratamento.
Inicialmente, o projeto será realizado nas unidades Mater Dei Santo Agostinho e Mater Dei Contorno, em Belo Horizonte. A chegada da Linha de Cuidado reforça o objetivo de tornar a Rede Mater Dei um Centro de Referência para Arritmias, onde pacientes e médicos possam encontrar os melhores protocolos, governanças e tecnologia de ponta para endereçar todas as etapas da jornada de cuidado para a Fibriliação Atrial – do diagnostico até o pós-tratamento).
Dados referenciais:
- A Fibrilação Atrial (FA) é um tipo de arritmia de alta prevalência na população brasileira (2.5% da população; aproximadamente 5 milhões)[1], que pode causar sérias complicações caso não tratada, aumentando em 5 vezes[2] o risco de AVC e insuficiência cardíaca e em 2 vezes o risco de mortalidade[3].
- De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), as arritmias cardíacas podem acometer 1 em cada 4 pessoas ao longo da vida e são responsáveis pela morte súbita de cerca de 300 mil brasileiros todos os anos, afetando principalmente os idosos[4].
- Fibrilação Atrial é muitas vezes silenciosa (40 – 50% dos casos), ou seja, que não apresenta sintomas, o que faz com que o paciente nem chegue a buscar o cuidado médico[5].
- Menos de 1% desses pacientes obtém o tratamento para essa doença no mundo (6 mil pessoas tratadas em 2022)[6].
Como funciona:
- Todos os exames de eletrocardiograma (ECG’s) realizados nos setores de Pronto Socorro, internações e UTI da instituição são inseridos automaticamente na plataforma da Neomed. A partir daí, a solução de inteligência artificial KARDIA realiza o rastreio sistemático da fibrilação atrial (FA) e outras arritmias de forma muito rápida.
- Quando uma alteração importante é identificada pelo sistema, e confirmada pelo corpo médico, a equipe de trabalho integrado é acionada. Com o acompanhamento contínuo de uma enfermeira navegadora, o paciente é convidado a entrar na Linha de Cuidado, que possui protocolos clínicos desenhados pela Johnson & Johnson MedTech e pela equipe do Hospital Mater Dei, para otimizar a jornada do paciente, e indicar o melhor caminho de tratamento (medicamentoso ou ablação).
- Dependendo do quadro clínico e de outras condições do paciente, a Linha de Cuidado acelera o encaminhamento dos pacientes para o tratamento com ablação por cateter. Um tipo de intervenção com uma série de vantagens que impactam no desfecho clínico, podendo ser até 10 vezes mais eficaz em retardar a progressão da FA[7], em comparação a terapia medicamentosa padrão isolada.
- O diagnóstico precoce e acurado é o primeiro passo para uma jornada mais eficaz e com maiores chances de sucesso. Ele contribui para um início mais rápido e adequado do tratamento, favorecendo também o engajamento e a adesão do paciente nos cuidados com a sua saúde, melhorando sua qualidade de vida. O controle precoce do ritmo cardíaco está associado a um menor risco de desfechos adversos, resultando em uma redução de 28% na mortalidade relacionada a doenças cardiovasculares e em uma redução de 35% acidente vascular cerebral.[8]
- A Linha de Cuidado também realiza a captura de indicadores clínicos e econômicos dentro do serviço de saúde.
Linhas de Cuidado
Desde 2023 a Johnson & Johnson MedTech Brasil tem avançado no desenvolvimento de Linhas de Cuidado digitalizadas, utilizando ferramentas como a IA, para ampliar o diagnóstico e melhorar a navegação digital do paciente pelo sistema de cuidado, fazendo com que o seu tratamento seja integrado e facilitado do começo ao fim.
A empresa tem realizado projetos dessa natureza com diversos parceiros, desenvolvendo linhas de cuidado em áreas como eletrofisiologia (arritmias), endometriose, câncer colorretal e câncer de pulmão.
Benefícios – Ablação:
- Após um único procedimento, houve 84%-94% de ausência de arritmia atrial na fibrilação atrial paroxística em 1 ano[9].
- O estudo CABANA mostrou que os pacientes tratados com ablação por cateter tiveram uma redução de 48% na recorrência de FA em comparação com a terapia medicamentosa[10]
- Até 42% de redução de internações cardiovasculares, redução de 51% na ansiedade/depressão, e aumento de até 42% na qualidade de vida do paciente, segundo a literatura[11].
- O tratamento de ablação por cateter para FA paroxística foi associado a melhorias 3,8 vezes maiores na qualidade de vida geral e melhora significativa na carga de sintomas em comparação com a terapia medicamentosa[12]
[1] https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-121-2-e20240079/0066-782X-abc-121-2-e20240079.x47225.pdf
[2] CDC Atrial Fibrillation Fact Sheet, 2017 Centers for Disease Control and Prevention (CDC) webpage on Atrial Fibrillation. www.cdc.gov accessed 07.29.2020
[3] Odutayo A, Wong CX, Hsiao AJ, Hopewell S, Altman DG et al. (2016) Atrial fibrillation and risks of cardiovascular disease, renal disease, and death: systematic review and meta-analysis
[4] Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas. DADOS SOBRE MORTE SÚBITA. Disponível em: https://www.sobrac.org/campanha/arritmias-cardiacas-mortes-subita/
[5] Hindricks G, Potpara T, Dagres N, Arbelo E, Bax JJ, Blomström-Lundqvist C, Boriani G, Castella M, Dan GA, Dilaveris PE, Fauchier L, Filippatos G, Kalman JM, La Meir M, Lane DA, Lebeau JP, Lettino M, Lip GYH, Pinto FJ, Thomas GN, Valgimigli M, Van Gelder IC, Van Putte BP, Watkins CL; ESC Scientific Document Group. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS): The Task Force for the diagnosis and management of atrial fibrillation of the European Society of Cardiology (ESC) Developed with the special contribution of the European Heart Rhythm Association (EHRA) of the ESC. Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. doi: 10.1093/eurheartj/ehaa612. Erratum in: Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):507. Erratum in: Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):546
[6] VizHub – GBD Results (healthdata.org)
[7]Kuck KH et al. (2019) Catheter ablation delays progression of atrial fibrillationfrom paroxysmal to persistent atrial fibrillation. ESC Late-breaking Science 2019. Paris, France. August 31, 2019.
[8] Kirchhof, Paulus, et al. Early rhythm-control therapy in patients with atrialfibrillation. New England Journal of Medicine 383.14 (2020)
[9] Hussein A, Das M, Chaturvedi V, Asfour IK, Daryanani N et al. (2017) Prospective use of Ablation Index targets improves clinical outcomes following ablation for atrial fibrillation. J Cardiovasc Electrophysiol 28 (9): 1037-1047.
[10] Packer DL, Mark DB, Robb RA, et al. Effect of Catheter Ablation vs Antiarrhythmic Drug Therapy on Mortality, Stroke, Bleeding, and Cardiac Arrest Among Patients With Atrial Fibrillation: The CABANA Randomized Clinical Trial. JAMA. 2019;321(13):1261–1274
[11] Gupta D, Vijgen J, De Potter T, et al. (2021) Quality of life and healthcare utilisation improvements after atrial fibrillation ablation. BMJ 109(16): 1296-1302.
[12] Blomström-LundqvistC, Gizurarson S, Schwieler J,et al. Effect of Catheter Ablationvs Antiarrhythmic Medication onQuality of Life in Patients With Atrial Fibrillation:The CAPTAF Randomized ClinicalTrial. JAMA. 2019.
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